Independentemente da localização geográfica, é uma realidade que as mulheres, em média, vivem mais do que os homens.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2016, a expectativa de vida ao nascer era de 74 anos para mulheres e de 69 anos para homens em todo o mundo.
No Brasil, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, a expectativa de vida ao nascer era de 80 anos para mulheres e de 73 anos para homens.
O IBGE projetou em 2018, com base no Censo de 2010, que 0,12% da população masculina tinha 90 anos ou mais, enquanto esse número era de 0,24% para mulheres na mesma faixa etária.
Mas qual é a razão por trás dessa discrepância?
A ciência aponta para três motivos principais:
Genética: Uma das teorias principais é a genética. Embriões masculinos têm uma taxa de mortalidade mais alta do que os embriões femininos, de acordo com o professor David Gems, do University College London. Isso está relacionado aos cromossomos sexuais: mulheres têm XX e homens XY. Os cromossomos X contêm genes que contribuem para a longevidade. Além disso, os bebês do sexo masculino têm uma maior probabilidade de nascer prematuramente e sofrer lesões durante o parto, o que pode afetar sua saúde a longo prazo.
Hormônios: Durante a puberdade, ocorrem mudanças hormonais significativas. O estrogênio, hormônio feminino, atua como um antioxidante no corpo, retardando o envelhecimento celular. Estudos mostraram que a falta de estrogênio pode reduzir a expectativa de vida. Por outro lado, a testosterona, mais presente nos homens, está associada a comportamentos mais arriscados e violentos, o que pode aumentar o risco de morte prematura.
Estilo de vida e ocupação: Comportamentos culturais e ocupações também desempenham um papel importante. Os homens são mais propensos a se envolver em atividades perigosas, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, o que pode diminuir sua expectativa de vida. Além disso, as mulheres tendem a buscar cuidados médicos com mais frequência do que os homens, o que pode resultar em uma melhor gestão da saúde e diagnósticos mais precoces.
Embora as mulheres vivam mais, isso não significa necessariamente uma vida mais saudável. Estudos mostram que as mulheres enfrentam mais problemas de saúde, especialmente nos últimos anos de vida.
No entanto, espera-se que a lacuna na expectativa de vida entre os sexos diminua no futuro, devido a mudanças nos padrões de consumo de álcool e tabaco, avanços na prevenção de doenças cardíacas e redução de mortes relacionadas a acidentes de trânsito.