Quando se trata de atividade física, muitas pessoas associam imediatamente à perda de peso. No entanto, os benefícios de uma vida ativa vão muito além de uma silhueta esbelta, e, de fato, uma alimentação saudável desempenha um papel mais crucial nesse aspecto do que o próprio treinamento.
Os exercícios físicos são como um remédio acessível e universal: eles não só promovem saúde física e mental, prevenindo diversas doenças crônicas, mas também frequentemente ajudam no tratamento delas, contribuindo para uma vida mais longa e de melhor qualidade.
Aqui, discutiremos por que o movimento corporal é a solução para muitos problemas de saúde.
Doenças que a atividade física pode prevenir
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática regular de atividade física é essencial para prevenir e controlar doenças cardiovasculares (como infarto, AVC e hipertensão), diabetes tipo 2, vários tipos de câncer, além de ajudar a aliviar os sintomas de depressão e ansiedade, reduzir o declínio cognitivo e melhorar a memória. Estudos também indicam que a prática ajuda a prevenir condições comuns associadas ao envelhecimento, como osteoporose e sarcopenia.
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Um dos motivos para tantos efeitos positivos é a capacidade do exercício de combater o sobrepeso, o qual está diretamente ligado ao desenvolvimento de diversas comorbidades.
No caso do câncer, por exemplo, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) explica que a obesidade desencadeia alterações hormonais e mantém o corpo em estado inflamatório crônico, promovendo a proliferação celular.
Além disso, diversas modalidades, como corrida, musculação, dança, pilates e outras, melhoram a circulação sanguínea, equilibram os níveis hormonais, reduzem o tempo de trânsito gastrointestinal e fortalecem o coração, os músculos, os ossos e o sistema imunológico.
Concomitantemente a isso, uma pesquisa nos EUA sugere que exercícios podem prevenir a SRAG, complicação séria da COVID-19. Exercícios regulares aumentam a produção de EcSOD, protegendo o sistema cardiorrespiratório.
Quanta atividade física é necessária para obter benefícios?
300 MINUTOS Este é o tempo de exercício moderado por semana recomendado pela OMS para manter a saúde. Vale ressaltar que não se trata apenas de treinar, mas também de incorporar movimentos simples no dia a dia, como subir escadas e caminhar até a padaria.
OU 150 MINUTOS De atividade física intensa (corrida, ciclismo, treino funcional, musculação, etc.) por semana, quando não houver contraindicação. Esta recomendação também é da OMS.
Atividade física como tratamento
Praticar exercícios que promovem o aumento da massa muscular (musculação, treinamento funcional, crossfit, pilates, etc.) pode ajudar no controle do diabetes tipo 2, uma vez que os músculos tornam as células mais sensíveis à insulina.
Atividades aeróbicas (corrida, ciclismo, natação) também contribuem para reduzir os níveis de açúcar no sangue.
Indivíduos com hipertensão arterial se beneficiam da melhora na circulação sanguínea promovida pela prática regular de exercícios. Portanto, o exercício pode ajudar aqueles que têm pressão alta e/ou diabetes a reduzir a dose de medicamentos ou, em alguns casos, até mesmo dispensá-los.
Mesmo no tratamento de doenças graves, como o câncer, o exercício geralmente traz benefícios, adaptado conforme as necessidades de cada paciente. Isso ocorre devido à liberação de proteínas anti-inflamatórias durante o esforço físico, que auxiliam na prevenção e tratamento de tumores.
A atividade física pode ajudar pacientes com câncer a combater os efeitos adversos da quimioterapia e da radioterapia, incluindo fadiga, perda muscular e sintomas de depressão. No entanto, é fundamental não interromper o uso de medicamentos sem orientação médica, mesmo que a atividade física seja benéfica para o combate de doenças.
Benefícios dos exercícios na prática
- APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA: Permite realizar atividades diárias, como subir escadas ou brincar com crianças, sem sentir cansaço.
- FORÇA: Facilita carregar sacolas ou caixas sem dificuldade.
- FLEXIBILIDADE: Melhora a funcionalidade do corpo ao agachar, pegar objetos e ajuda a prevenir lesões.
- EQUILÍBRIO: Contribui para manter a postura e sustentar o corpo.
- SONO REPARADOR: Os exercícios promovem relaxamento e bem-estar, resultando em um sono de melhor qualidade.
- ENERGIA: A longo prazo, melhora a disposição física.
Importância do exercício para a saúde mental
Na área da psiquiatria, o exercício físico é reconhecido como uma abordagem terapêutica eficaz para diversos transtornos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para casos de depressão leve, a primeira recomendação não é a psicoterapia ou medicamentos, mas sim a prática de atividade física aeróbica.
Essa prática promove alterações no funcionamento dos neurotransmissores, substâncias produzidas pelos neurônios, o que auxilia no alívio dos sintomas da doença, incluindo a ansiedade.