Segundo a Organização Mundial da Saúde, o diabetes mellitus, reconhecido como uma epidemia global, desafia os sistemas de saúde em todo o mundo. Em 2014, mais de 422 milhões de pessoas foram afetadas pelo diabetes, e em 2016, a doença infectou aproximadamente 1,6 milhão de óbitos diretos.
Surpreendentemente, as mulheres estão mais suscetíveis ao desenvolvimento do diabetes do que os homens. Estudos indicam que as características do corpo feminino favorecem o surgimento dessa condição de saúde em comparação com o sexo masculino.
Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 revelaram que as mulheres (8,4%) apresentaram uma proporção maior de relatos de diagnóstico de diabetes em comparação aos homens (6,9%). Além disso, a incidência de diabetes aumenta com a idade, variando de 0,6% para aqueles com idades entre 18 e 29 anos, para 21,9% entre indivíduos com idades entre 65 e 74 anos.
A definição do diabetes mellitus (DM) abrange uma síndrome metabólica multifacetada, resultante da deficiência de insulina e/ou da incapacidade da insulina em exercer seus efeitos de forma adequada.
A insulina, produzida pelo pâncreas, desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo da glicose, e sua ausência leva a uma falha na metabolização da glicose e, consequentemente, ao diabetes. A condição crônica é caracterizada por altos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia).
Existem diferentes tipos de diabetes:
- Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina devido a um defeito do sistema imunológico, no qual os anticorpos atacam as células que produzem insulina. Representa aproximadamente 5 a 10% dos casos de diabetes.
- Tipo 2: resulta da resistência à insulina e da deficiência na secreção de insulina. Corresponde a cerca de 90% dos casos de diabetes.
- Diabetes Gestacional: caracteriza-se pela diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, podendo persistir ou não após o parto. Sua causa exata ainda não é completamente compreendida.
Além desses, existem outros tipos de diabetes associados a defeitos genéticos, doenças pancreáticas, uso de certos medicamentos, entre outros fatores.
Os principais sintomas do diabetes incluem poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso inexplicável, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náuseas e vômitos, além de infecções frequentes, alterações visuais, dificuldade na cicatrização de feridas e formigamento nos membros inferiores.
O diabetes exerce diversos impactos na saúde das mulheres:
- Problemas cardíacos: As mulheres com diabetes enfrentam um risco quatro vezes maior de desenvolver doenças cardíacas em comparação com os homens. Cerca de 66% das mulheres com diabetes morrem de doenças cardiovasculares, e elas apresentam uma expectativa de vida reduzida em relação às não diabéticas. O diabetes também aumenta o risco de ataques cardíacos e derrames em mulheres com menos de 50 anos, além de anular os efeitos protetores do estrogênio após a menopausa.
- Colesterol elevado: Mulheres com diabetes tendem a apresentar níveis mais baixos de HDL (o chamado “colesterol bom”) e maiores níveis de triglicerídeos no sangue.
- Infecções e complicações: As infecções do trato urinário e vaginal são mais comuns em mulheres com diabetes. Elas também enfrentam maior risco de complicações como cegueira, doença renal e depressão.
- Menstruação irregular: Ciclos menstruais irregulares são frequentes em mulheres com diabetes, especialmente quando os níveis de glicose no sangue não estão bem controlados.
- Gravidez de risco: O diabetes gestacional aumenta o risco de complicações no parto e para os bebês, incluindo problemas cardíacos, malformações, hipoglicemia e mortalidade neonatal.